sexta-feira, 9 de julho de 2010

OS GRANDES MALEFÍCIOS DA TELEVISÃO

A Televisão tem uma mensagem subliminar, ela está sutilmente dizendo que agora é o único momento que realmente importa. Ela fala ao nosso subconsciente que o que importa é simplesmente o agora.

A Televisão prende a nossa atenção pela mudança repetitiva das imagens para que sempre haja algo novo. Neil Postman, em seu livro, “Divertindo-nos até a morte” afirma que a duração média de uma cena na TV americana é de apenas 3,5 segundos para que os olhos não descansem e sempre tenham algo novo para ver. Outras técnicas utilizadas para “prender” a atenção do telespectador são as seguintes: mudar constantemente o ângulo da câmera, fazer com que o foco seja aproximado e depois afastado, e fazer com que alguém diferente sempre entre em cena. Tudo isto acontece com o objetivo de que haja algo diferente o tempo todo.

Logo as mensagens da televisão são as seguintes: Primeiro, algo se torna cansativo quando não está visualmente em movimento. Segundo, se não for entretenimento, o programa não merece a nossa atenção. As pessoas vêm sendo educadas, ao assistirem TV continuamente, a sempre esperar algum entretenimento naquilo que estão assistindo. Terceiro, o tempo de concentração das pessoas diminuiu consideravelmente. Esta é uma das razões pelas quais as crianças, que ficam grudadas em frente à TV por tantos anos, possuem uma enorme dificuldade de aprendizado na escola. Elas simplesmente não estão acostumadas a se concentrar por tanto tempo. Quarto, a TV não nos permite refletir. A TV é capaz de nos enviar tantas mensagens ao mesmo tempo que a nossa mente é incapaz de refletir adequadamente sobre tudo o que nos é apresentado. A TV não é como um livro, ela não permite que paremos para refletir. A não ser que estejamos vendo um vídeo, não há como parar o programa e voltar a vê-lo depois. A TV continua sua exibição sem interrupções. Simplesmente não conseguimos pensar em tudo o que nos é comunicado em tão pouco tempo. Portanto, do que disse Nicholas Johnson: “Toda televisão é educativa. A única questão é: o que ela está ensinando?”

Pense em quão nova é a televisão. Nestes 2000 anos de história desde a vinda de Cristo, a TV tem moldado apenas os últimos 2,5% dessa história. Nos outros 97,5% do tempo desde a vinda de Jesus, não havia TV. E, durante 95% desse tempo, não havia rádio. O rádio entrou em cena no início dos anos 1900. Portanto, durante dezenove séculos de história cristã, as pessoas gastaram seu tempo livre fazendo outras coisas. O que elas fizeram? Usavam mais o seu tempo com leituras, em conversas sobre a vida e tudo que constitui a sua existência. Com certeza, elas não foram bombardeadas com trivialidades prejudiciais à alma, transmitidas pela TV. Ou seja, o problema da TV não é apenas o que ela faz com seus rios de vacuidade, mas também o que ela nos impede de fazer.

Falar sobre TV e espiritualidade não é algo difícil, visto a Bíblia falar muito sobre este assunto. Existem muitos versículos que alertam aos crentes quanto a TV: “Quem não perde sessão da tarde é filho da ociosidade”; “Quem se deleita com o Big Brother é inimigo da cultura e dos pensamentos nobres”; “Tudo que é desagradável, impuro, obsceno, ridículo, medíocre e infantil é observado nos programas de fofoca. Todo aquele que neles tem prazer não é sábio, mas néscio e tolo”. “Aquele que assiste Malhação é filho da insensatez e terá seu cérebro atrofiado - Se é que já não o tem” Este último verso não consta nos melhores manuscritos.

O meio mais rápido de acabar com os dramas da TV seria reescrever os enredos de forma a fazê-los lidar com estabilidades morais. Falar sobre fidelidade conjugal, amizades leais e cooperação generosa no trabalho. Ninguém assistiria! As pessoas querem ver os sete pecados mortais, não as sete virtudes capitais. Ian Fleming, autor de 007, certa vez afirmou que sem os sete pecados mortais nossas vidas seriam “chatas”. Fizeram um Reality Show na França só com pessoas inteligentes e educadas. O programa foi interrompido antes da metade, não teve audiência para continuar a sua exibição.

Acredito que foi o reverendo Ricardo Barbosa, da Igreja Presbiteriana do Planalto em Brasília, que certa vez fez uma estatística, no mínimo assustadora. Ele nos mostrou o enorme prejuízo intelectual e o desperdício com o tempo quando uma pessoa acompanha uma novela. Para ilustrar a sua tese ele utilizou como exemplo a novela Terra Nostra exibida pela Rede Globo no ano de 1999. A trama tem uma produção caprichada, bons atores e mostra uma história de imigrantes. Um investimento milionário foi feito naquele ano para conseguir bons índices de audiência do público. Só o primeiro capítulo, rodado na Inglaterra, teve a participação de 300 figurantes e custou um milhão de reais aos cofres da poderosa emissora. Os capítulos seguintes custaram cerca de 100 mil reais cada um. Ou seja, foram gastos 24 milhões e 900 mil reais para produzir a novela. Tudo isso para conseguir a atenção dos brasileiros, o que inclui os evangélicos.

A novela teve uma média de 240 capítulos, divididos em três épocas. Considerando uma média de 50 minutos (incluindo os comerciais) isso dá um total de doze mil minutos, duzentas horas, oito dias e oito horas na frente da televisão.

Considerando que o tempo médio para a leitura de uma página é de cinco minutos, chegamos a um total de 2.400 páginas de leitura durante uma novela. É o equivalente a aproximadamente os livros “O Jesus que eu nunca conheci” de Philip Yancey, “Deus é Soberano” de A.W. Pink, “Vivendo Com Propósitos” de Ed René Kivitz, “Teologia da Alegria” de John Piper, “Eleitos de Deus” de R.C. Sproul, “O Cristão e a Cultura” de Michael Horton, “Nossa Suficiência em Cristo” de John MacArthur e “Confissões” de Santo Agostinho.

Imagine os benefícios que estão disponíveis para quem decide fazer esta troca. Quantas verdades importantes estão à nossa frente, prontas para fortalecer nossa vida espiritual, e, quem sabe, transformar nossos passos futuros.

Mencionei apenas o tempo gasto com uma novela. Imagine aquelas pessoas que desperdiçam seu tempo com duas, três novelas e outras bobagens que irão lhes roubar mais de quatro ou cinco horas por dia na frente do televisor. Certamente que o mesmo princípio aplica-se à Internet com o Orkut, o MSN, jogos, etc.

Não é por acaso que as pessoas possuem problemas em seus relacionamentos familiares, profissionais, na educação de filhos, na comunhão com Deus. Elas estão sendo instruídas pelos escritores das novelas da Globo, ao invés de serem edificadas com as palavras de Paulo, Moisés, Davi, Agostinho, Spurgeon, Russel Shedd e outros gigantes da fé cristã que deixaram grandes pérolas para a humanidade, mas que infelizmente não estão recebendo o valor que merecem.

J. Blanchard afirmou que: “Se o exercício feito pelo homem em seu período de lazer consiste apenas em mudar de canais, não serão apenas suas pernas que ficarão atrofiadas”.

E por fim, quero lembrar do que disse John Piper num dos seus livros: "Não temos possuído um aparelho de TV por 34 anos, exceto por três anos, quando estivemos na Alemanha e o usamos para aprender o idioma. Não existe virtude inerente nisto. Menciono-o apenas para provar que podemos criar cinco filhos sensíveis à cultura e informados biblicamente sem a TV. Eles nunca se queixaram disso. Na verdade, freqüentemente se admiram com o fato de que pessoas conseguem encontrar tanto tempo para assistirem TV".

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