Esta frase de Woody Allen resume muito bem a vida da maioria das pessoas. Homens que adoram exibir seus carros, seus músculos, suas credenciais, seus títulos, suas fazendas, suas casas, suas coberturas, suas vidas. Mulheres que são movidas pela vaidade e estimuladas pelo glamour. Suas vidas são uma constante vitrine, diariamente estão debaixo dos holofotes, ficam doentes se suas fotos não saem nas colunas sociais. Como são fúteis!
Convivemos com pessoas artificiais. Peitos de silicone, unhas postiças, músculos que cresceram a base de anabolizantes, narizes remodelados, barrigas de lipoaspiração, cabelos escovados, sem falar nas inúmeras cirurgias plásticas que são feitas para consertar isto e aquilo ou retardar o envelhecimento. A verdade é que a pessoa real, definitivamente, não é aquela que vemos. Woody Allen tinha razão.
Existem pessoas que não tem casa própria, mas só andam de carro zero (pago em 100 prestações); não tem dinheiro para comprar remédios, mas só andam vestidos com roupas de grife; deixam de se alimentar direito para comprar uma bolsa de Victor Hugo; não tratam dos dentes, mas compram perfumes importados. São pessoas que se encaixam no que disse Salomão: “Se dizem ricos sem nada possuir”. (Pv. 13:7) Como são tolos!
É impressionante como é vaidosa a alma humana! Pascal dizia que “a vaidade está tão ancorada no coração do homem que os que escrevem contra ela almejam a glória da boa escrita; e os que a lêem desejam a glória por tê-la lido”. Quando o “eu” é sacrificado numa forma, surge noutra. Existe o fenômeno de sentir orgulho da própria humildade, de jactar-se de estar livre de toda jactância. Dizem que o galo era da opinião que o sol saía a cada manhã para ouvi-lo cantar. É verdade o que disse o demônio no filme O Advogado do Diabo: “A vaidade é o meu pecado predileto”.
A vaidade é o combustível que alimenta esta cultura do exibicionismo, que estimula os narcisistas cada vez mais no caminho da boçalidade. Uma propaganda do The New York Times de dezembro de 1961 resume bem esta sociedade que vive de aparência: "Se você nunca se hospedou no Hotel Waldorf, pode, sem razão, pensar que é muito caro. A admiração (ou inveja) de seus amigos está inclusa na diária do quarto".
Certa vez o sociólogo Tony Mann desabafou o seguinte: "Posso dizer a uma menina que o que vale é o que está acontecendo em sua cabeça e em seu coração. Mas, quando ela liga a televisão, vê o que realmente importa: a aparência".
Os pavões modernos não dão a mínima para a verdade do provérbio italiano que sabiamente lembra ao homem vaidoso que “quando o jogo de xadrez chega ao fim, peões, torres, reis e rainhas voltam todos para a mesma caixa”. Machado de Assis em sua poesia Círculo Vicioso nos fala do vaga-lume que invejava uma determinada estrela; e esta, por sua vez, desejava ser a lua; já a lua, ardia de ciúmes do sol. O irônico é que o sol “inclinando a rútila capela disse: Pesa-me este brilhante auréola de nume... Enfara-me esta azul e desmedida umbela... Por que não nasci eu um simples vaga-lume?”
Até o Iluminismo este sentimento que é uma mistura de narcisismo e convencimento - algo que detestamos nos outros e acolhemos com ternura em nós mesmos - era considerado um pecado capital. Mas hoje as coisas mudaram de tal forma que até a história de Narciso foi invertida. Diz Oscar Wilde que quando Narciso morreu, vieram as Oréoides – deusas do bosque – e viram o lago transformado de um lago de água doce, num cântaro de lágrimas salgadas. “Por que choras?” Perguntaram as Oréoides. “Choro por Narciso” – disse o lago. “Ah! Não nos espanta que você chore por Narciso. Afinal de contas, apesar de todas nós sempre corrermos atrás dele pelo bosque, você era o único que tinha a oportunidade de contemplar de perto sua beleza.” “Mas Narciso era belo?” Perguntou o lago. “Quem mais do que você poderia saber disso?” – responderam surpresas as Oréoides – “afinal de contas, era em suas margens que ele se debruçava todos os dias”. O lago ficou algum tempo quieto, e por fim disse: “Eu choro por Narciso, mas jamais havia percebido que Narciso era belo. Choro por Narciso, porque todas as vezes que ele se deitava sobre minhas margens eu podia ver, no fundo de seus olhos, minha própria beleza refletida.”
Winston Churchill confessou certa vez que para ele “a idéia de um bom jantar é comer bem e, depois, discutir sobre um bom tópico, sendo eu o mais falador”. (O Último Leão, William Manchester – Biógrafo de Churchill). O grande estadista britânico admirava tanto seus próprios discursos que costumava ficar na cama ouvindo suas gravações. Uma vez ele e seu valete discutiram. Após um tempo, Churchill retrucou: “Você foi rude”. Seu servente, esquecendo-se de sua posição, disse: “Você também foi rude”. Churchill respondeu: “Mas eu sou um grande homem”.Certa vez perguntaram para Gandhi sobre sua insistência em viajar na terceira classe dos trens. Esta era a classe dos bancos duros, abarrotada de lavradores sujos com os seus animais, cheia de gente, de imundície, de barulho e odores. “Por quê?” perguntaram a Gandhi; sua resposta foi a seguinte: “Porque não existe a quarta classe”.
Convivemos com pessoas artificiais. Peitos de silicone, unhas postiças, músculos que cresceram a base de anabolizantes, narizes remodelados, barrigas de lipoaspiração, cabelos escovados, sem falar nas inúmeras cirurgias plásticas que são feitas para consertar isto e aquilo ou retardar o envelhecimento. A verdade é que a pessoa real, definitivamente, não é aquela que vemos. Woody Allen tinha razão.
Existem pessoas que não tem casa própria, mas só andam de carro zero (pago em 100 prestações); não tem dinheiro para comprar remédios, mas só andam vestidos com roupas de grife; deixam de se alimentar direito para comprar uma bolsa de Victor Hugo; não tratam dos dentes, mas compram perfumes importados. São pessoas que se encaixam no que disse Salomão: “Se dizem ricos sem nada possuir”. (Pv. 13:7) Como são tolos!
É impressionante como é vaidosa a alma humana! Pascal dizia que “a vaidade está tão ancorada no coração do homem que os que escrevem contra ela almejam a glória da boa escrita; e os que a lêem desejam a glória por tê-la lido”. Quando o “eu” é sacrificado numa forma, surge noutra. Existe o fenômeno de sentir orgulho da própria humildade, de jactar-se de estar livre de toda jactância. Dizem que o galo era da opinião que o sol saía a cada manhã para ouvi-lo cantar. É verdade o que disse o demônio no filme O Advogado do Diabo: “A vaidade é o meu pecado predileto”.
A vaidade é o combustível que alimenta esta cultura do exibicionismo, que estimula os narcisistas cada vez mais no caminho da boçalidade. Uma propaganda do The New York Times de dezembro de 1961 resume bem esta sociedade que vive de aparência: "Se você nunca se hospedou no Hotel Waldorf, pode, sem razão, pensar que é muito caro. A admiração (ou inveja) de seus amigos está inclusa na diária do quarto".
Certa vez o sociólogo Tony Mann desabafou o seguinte: "Posso dizer a uma menina que o que vale é o que está acontecendo em sua cabeça e em seu coração. Mas, quando ela liga a televisão, vê o que realmente importa: a aparência".
Os pavões modernos não dão a mínima para a verdade do provérbio italiano que sabiamente lembra ao homem vaidoso que “quando o jogo de xadrez chega ao fim, peões, torres, reis e rainhas voltam todos para a mesma caixa”. Machado de Assis em sua poesia Círculo Vicioso nos fala do vaga-lume que invejava uma determinada estrela; e esta, por sua vez, desejava ser a lua; já a lua, ardia de ciúmes do sol. O irônico é que o sol “inclinando a rútila capela disse: Pesa-me este brilhante auréola de nume... Enfara-me esta azul e desmedida umbela... Por que não nasci eu um simples vaga-lume?”
Até o Iluminismo este sentimento que é uma mistura de narcisismo e convencimento - algo que detestamos nos outros e acolhemos com ternura em nós mesmos - era considerado um pecado capital. Mas hoje as coisas mudaram de tal forma que até a história de Narciso foi invertida. Diz Oscar Wilde que quando Narciso morreu, vieram as Oréoides – deusas do bosque – e viram o lago transformado de um lago de água doce, num cântaro de lágrimas salgadas. “Por que choras?” Perguntaram as Oréoides. “Choro por Narciso” – disse o lago. “Ah! Não nos espanta que você chore por Narciso. Afinal de contas, apesar de todas nós sempre corrermos atrás dele pelo bosque, você era o único que tinha a oportunidade de contemplar de perto sua beleza.” “Mas Narciso era belo?” Perguntou o lago. “Quem mais do que você poderia saber disso?” – responderam surpresas as Oréoides – “afinal de contas, era em suas margens que ele se debruçava todos os dias”. O lago ficou algum tempo quieto, e por fim disse: “Eu choro por Narciso, mas jamais havia percebido que Narciso era belo. Choro por Narciso, porque todas as vezes que ele se deitava sobre minhas margens eu podia ver, no fundo de seus olhos, minha própria beleza refletida.”
Winston Churchill confessou certa vez que para ele “a idéia de um bom jantar é comer bem e, depois, discutir sobre um bom tópico, sendo eu o mais falador”. (O Último Leão, William Manchester – Biógrafo de Churchill). O grande estadista britânico admirava tanto seus próprios discursos que costumava ficar na cama ouvindo suas gravações. Uma vez ele e seu valete discutiram. Após um tempo, Churchill retrucou: “Você foi rude”. Seu servente, esquecendo-se de sua posição, disse: “Você também foi rude”. Churchill respondeu: “Mas eu sou um grande homem”.Certa vez perguntaram para Gandhi sobre sua insistência em viajar na terceira classe dos trens. Esta era a classe dos bancos duros, abarrotada de lavradores sujos com os seus animais, cheia de gente, de imundície, de barulho e odores. “Por quê?” perguntaram a Gandhi; sua resposta foi a seguinte: “Porque não existe a quarta classe”.
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