Para ser pastor não é preciso ter fé. É isto mesmo que você acabou de ler! Pastores que não tem fé precisam ter outra coisa: habilidade para separar mentalmente o que ensinam domingo na igreja do que de fato acreditam, quando estão a sós com seus livros. Sem essa habilidade, até o que têm lhes será tirado. Pois se ensinarem na igreja o que de fato acreditam, dificilmente manterão o emprego. Que igreja deseja ouvir um pastor que não crê nas Escrituras? As que quiseram, fecharam ou estão morrendo. As igrejas da Europa que o digam.
Lembro-me que no Seminário era muito comum presenciar aqueles que durante a semana questionavam várias doutrinas fundamentais das Escrituras, para no domingo, pregar e defender estas mesmas doutrinas em suas igrejas. Além dos alunos, existiam vários professores liberais que defendiam absurdos teológicos dentro de sala de aula, mas que nas igrejas onde eram pastores, negavam aquilo que ensinavam e defendiam no Seminário.
Muitos destes pastores incrédulos encontram conforto em Kant para viver essa esquizofrenia. Em seu artigo “Resposta a pergunta: O que é Iluminismo?”, Kant propõe a separação entre o que se acredita em público e o que se crê em particular. No artigo, o pastorado é apresentado como um emprego (algo perfeitamente compreensível, visto que na Alemanha de sua época praticamente todos os pastores eram empregados do Estado) em que a prática tem que ser a de repartir os mantras oficiais da empresa. Contudo, o pastor pode, e deve, expressar as suas opiniões em particular (mesmo sendo contrárias às de sua denominação), na tentativa de mudar o pensamento da denominação por meio de diálogo com outros pastores líderes. É o que vemos hoje nas igrejas evangélicas históricas. Aos domingos, sermões bíblicos, confessionais e conservadores. Durante a semana, nas conversas, na sala de aula do seminário, nos congressos, declarações incompatíveis com as crenças das denominações, muitas vezes até com o questionamento das bases fundamentais do cristianismo histórico.
Os pastores incrédulos geralmente se abstém de expor suas idéias. O conteúdo acadêmico do que crêem quase nunca ganha os púlpitos onde pregam aos domingos. Bultmann, que havia declarado abertamente numa série de palestrar acadêmicas que considerava o nascimento virginal de Jesus e a encarnação como lendas, costumava pregar sermões natalinos nessa época.
Por não ter fé, o pastor incrédulo tem que direcionar seu ministério e seu culto para áreas onde sua incredulidade passe mais despercebida. Daí, a liturgia formalista, o ritual litúrgico elaborado, as recitações, as fórmulas, os paramentos, as cores, os símbolos, tudo voltado para ocultar os sentidos de maneira que a fé não faça falta. A mensagem deve evitar temas difíceis. O foco é sempre em pontos morais, sociais e políticos. Não estou afirmando que toda igreja com liturgia formalista seja necessariamente liderada por um pastor sem fé; apenas que é mais fácil disfarçar a incredulidade em cultos assim.
O grande problema dos pastores incrédulos não é aquilo que eles dizem, mas aquilo que eles deixam de dizer! Seu pastor já pregou expositivamente no livro de Romanos? Ele já expôs o texto de Romanos 9, 10 e 11 para sua igreja? Existem muitos temas bíblicos que são completamente evitados pelos pastores! Existem assuntos que nunca são mencionados! A infalibilidade da Bíblia, predestinação, eleição, a veracidade a confiabilidade da narrativa bíblica, a morte vicária, substitutiva e limitada de Cristo, a realidade da tentação e da luta cristã, inferno, demonologia, a depravação total. Muitos pastores sobrevivem dessa maneira, evitando matérias de fé e pregando aquilo que um rabino, mestre espírita ou líder muçulmano também pregaria: a honestidade, o amor ao próximo, o voto pelo desarmamento.
Talvez você possa questionar: “Por que alguém gostaria de ser pastor se não tem fé? Não tem uma maneira mais fácil de ganhar dinheiro?”. Pois é, pior que não tem. Dentro da igreja, tais pastores são vistos como intelectuais respeitáveis por questionarem “cientificamente” algumas doutrinas, mas o que seriam fora dela? Nada. Apenas mais alguns incrédulos no mundo. Fora a “boquinha” que muitos deles perderiam.
A situação é muito séria. É que aqueles que estão de fora não conhecem a realidade. O que falta em alguns pastores incrédulos é honestidade para assumir aquilo em que realmente acreditam – ou deixam de acreditar. Rubem Alves largou o ministério pastoral da igreja presbiteriana por não acreditar mais naquilo que sua igreja adota. Seria muito bom para todo mundo se outros pastores incrédulos fizessem o mesmo. Neste caso, você não deveria se surpreender se o índice de desempregados em nossa cidade aumentasse drasticamente.
Lembro-me que no Seminário era muito comum presenciar aqueles que durante a semana questionavam várias doutrinas fundamentais das Escrituras, para no domingo, pregar e defender estas mesmas doutrinas em suas igrejas. Além dos alunos, existiam vários professores liberais que defendiam absurdos teológicos dentro de sala de aula, mas que nas igrejas onde eram pastores, negavam aquilo que ensinavam e defendiam no Seminário.
Muitos destes pastores incrédulos encontram conforto em Kant para viver essa esquizofrenia. Em seu artigo “Resposta a pergunta: O que é Iluminismo?”, Kant propõe a separação entre o que se acredita em público e o que se crê em particular. No artigo, o pastorado é apresentado como um emprego (algo perfeitamente compreensível, visto que na Alemanha de sua época praticamente todos os pastores eram empregados do Estado) em que a prática tem que ser a de repartir os mantras oficiais da empresa. Contudo, o pastor pode, e deve, expressar as suas opiniões em particular (mesmo sendo contrárias às de sua denominação), na tentativa de mudar o pensamento da denominação por meio de diálogo com outros pastores líderes. É o que vemos hoje nas igrejas evangélicas históricas. Aos domingos, sermões bíblicos, confessionais e conservadores. Durante a semana, nas conversas, na sala de aula do seminário, nos congressos, declarações incompatíveis com as crenças das denominações, muitas vezes até com o questionamento das bases fundamentais do cristianismo histórico.
Os pastores incrédulos geralmente se abstém de expor suas idéias. O conteúdo acadêmico do que crêem quase nunca ganha os púlpitos onde pregam aos domingos. Bultmann, que havia declarado abertamente numa série de palestrar acadêmicas que considerava o nascimento virginal de Jesus e a encarnação como lendas, costumava pregar sermões natalinos nessa época.
Por não ter fé, o pastor incrédulo tem que direcionar seu ministério e seu culto para áreas onde sua incredulidade passe mais despercebida. Daí, a liturgia formalista, o ritual litúrgico elaborado, as recitações, as fórmulas, os paramentos, as cores, os símbolos, tudo voltado para ocultar os sentidos de maneira que a fé não faça falta. A mensagem deve evitar temas difíceis. O foco é sempre em pontos morais, sociais e políticos. Não estou afirmando que toda igreja com liturgia formalista seja necessariamente liderada por um pastor sem fé; apenas que é mais fácil disfarçar a incredulidade em cultos assim.
O grande problema dos pastores incrédulos não é aquilo que eles dizem, mas aquilo que eles deixam de dizer! Seu pastor já pregou expositivamente no livro de Romanos? Ele já expôs o texto de Romanos 9, 10 e 11 para sua igreja? Existem muitos temas bíblicos que são completamente evitados pelos pastores! Existem assuntos que nunca são mencionados! A infalibilidade da Bíblia, predestinação, eleição, a veracidade a confiabilidade da narrativa bíblica, a morte vicária, substitutiva e limitada de Cristo, a realidade da tentação e da luta cristã, inferno, demonologia, a depravação total. Muitos pastores sobrevivem dessa maneira, evitando matérias de fé e pregando aquilo que um rabino, mestre espírita ou líder muçulmano também pregaria: a honestidade, o amor ao próximo, o voto pelo desarmamento.
Talvez você possa questionar: “Por que alguém gostaria de ser pastor se não tem fé? Não tem uma maneira mais fácil de ganhar dinheiro?”. Pois é, pior que não tem. Dentro da igreja, tais pastores são vistos como intelectuais respeitáveis por questionarem “cientificamente” algumas doutrinas, mas o que seriam fora dela? Nada. Apenas mais alguns incrédulos no mundo. Fora a “boquinha” que muitos deles perderiam.
A situação é muito séria. É que aqueles que estão de fora não conhecem a realidade. O que falta em alguns pastores incrédulos é honestidade para assumir aquilo em que realmente acreditam – ou deixam de acreditar. Rubem Alves largou o ministério pastoral da igreja presbiteriana por não acreditar mais naquilo que sua igreja adota. Seria muito bom para todo mundo se outros pastores incrédulos fizessem o mesmo. Neste caso, você não deveria se surpreender se o índice de desempregados em nossa cidade aumentasse drasticamente.
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