É impressionante e assustador o número de pessoas que tem desistido de participar de uma igreja local. Cresce a cada dia o número daqueles que vêem o seu vigor espiritual esvair-se por conta das tramas políticas, dos dramas institucionais, da superficialidade teológica, da corrosão do caráter, da pobreza relacional, da irrelevância transformadora que muito maracá a caminhada da Igreja evangélica em nosso país.
Um grupo significativo de evangélicos encontra-se mergulhado numa ressaca eclesiástica, fruto do desencantamento e mesmo da descrença na capacidade da Igreja de proporcionar verdadeira espiritualidade. É de dentro dessa ressaca que provém sérias interrogações quanto à necessidade da igreja local no processo de vivência da espiritualidade cristã. Muitos têm se perguntado: “Por que não cultivar minha espiritualidade no silêncio de meu quarto, na interioridade, numa perspectiva privada, sem necessidade de ritos, liturgias, instituições, dias e espaços sagrados?” “Por que não assumir pessoalmente um sacerdócio cotidiano que me foi dado por Deus, sem a necessidade de pastores, bispos, apóstolos?” “Por que não ser apenas discípulo de Jesus, sem ter de adicionar a minha identidade de fé um nome, uma denominação, um símbolo institucional?” “A igreja é uma fonte viva, capaz de fazer viver minha espiritualidade? Ou ela é o túmulo da minha relação com Deus?” “No fim das contas, a igreja com sua humanidade, seus ranços e suas institucionalizações, não seria um forte fator de arrefecimento do vigor de nossa paixão espiritual por Deus?”
Essas e tantas outras questões inquietantes encontram um forte eco na experiência de escritores contemporâneos que tem expressado o seu descontentamento com a postura da igreja evangélica atual. Não são poucos aqueles que têm revelado sua insatisfação. Philip Yancey em “Alma Sobrevivente”, “Igreja Por Que me Importar?”, Ricardo Agreste em “Igreja: Tô Fora!”, Paulo Romeiro em “Decepcionados com a Graça”, e tantos outros tem revelado o processo de desencantamento eclesiástico que estamos descrevendo.
Yancey considera-se sobrevivente de uma relação com a Igreja que teve o potencial de cegar seu discernimento, enrijecer seus preconceitos e mesmo minar uma autêntica relação com Deus e sua graça. Quem o resgata dessa triste experiência comunitária são, entre outras, algumas pessoas que não necessariamente estavam ligadas à Igreja, ou mesmo ao cristianismo. Elas, porém, se tornaram faróis teológicos e existências com quem, seja através de contato pessoal seja da literatura, ele estabeleceu um vinculo espiritual muito além das pobres fronteiras estabelecidas pelas igrejas por que ele passou.
Tudo isso sói confirma aquilo que já é lugar comum no saber de alguns e algo desconhecido da grande parte dos membros de igrejas que são “massa de manobra”: a instituição igreja não dá conta de preencher plenamente os profundos anseios e as necessidades da alma humana no que diz respeito à espiritualidade!
Um fator social novo dos dias de hoje é a grande quantidade de pessoas que gostam e freqüentam uma igreja, mas não querem se filiar oficialmente, não querem compromissos maiores, não querem ser cobrados, não querem criar vínculos mais sérios, simplesmente não querem iniciar uma relação séria e duradoura com uma igreja local. Não há dúvida que grande parte deste grupo de homens e mulheres possui decepções e traumas em suas experiências eclesiológicas do passado. Sendo assim, preferem “ficar de longe”.
Você pode estar se perguntando se eu não deveria estar fazendo apologia da igreja, afinal, sou pastor. Que igreja eu deveria defender aqui? Uma igreja que cresce em número e continua sendo irrelevante na sociedade? Uma igreja onde seus líderes são presos e se envolvem cada vez mais em escândalos financeiros e sexuais? Uma igreja onde não existe disciplina para os membros que publicamente demonstram que não são convertidos? Uma igreja inchada onde as pessoas não desfrutam de comunhão e não sabem quem é aquele que senta ao se lado? Uma igreja onde as Denominações e Ordens de Pastores não tomam nenhuma providência com os escândalos de seus líderes? Uma igreja que mais adoece do que cura? Uma igreja marcada e sustentada pela politicagem e não por santidade? Uma igreja que não cuida dos seus órfãos, de suas viúvas e necessitados? Uma igreja onde as pessoas desfilam a cada domingo com uma roupa nova enquanto a pobreza e a miséria crescem nas ruas das cidades? Não! Definitivamente não! Jamais defenderei esta igreja!
Certa mulher fazendo um trabalho acadêmico na Universidade de Paris afirmou o seguinte: “Para mim, um cristão é ou um homem que vive em Cristo ou um impostor. Vocês, cristãos, não percebem que é com relação a isto – ao testemunho quase superficial que vocês dão de Deus – que nós os julgamos. Vocês deveriam irradiar Cristo. Sua fé deveria fluir para nós como um rio de vida. Deveriam nos contaminar com seu amor por ele. É assim, então, que Deus, que era impossível, se tornaria possível para o ateu e para aqueles de nós cuja fé oscila. Não podemos evitar o choque, o transtorno e a confusão que sentimos ao ver um cristão que seja, de fato, como Cristo. E não o perdoamos quando ele não o é”.
“É inevitável que venham escândalos”, disse Jesus, “mas ai do homem pelo qual vem o escândalo”. (Mt. 18:7)
Um grupo significativo de evangélicos encontra-se mergulhado numa ressaca eclesiástica, fruto do desencantamento e mesmo da descrença na capacidade da Igreja de proporcionar verdadeira espiritualidade. É de dentro dessa ressaca que provém sérias interrogações quanto à necessidade da igreja local no processo de vivência da espiritualidade cristã. Muitos têm se perguntado: “Por que não cultivar minha espiritualidade no silêncio de meu quarto, na interioridade, numa perspectiva privada, sem necessidade de ritos, liturgias, instituições, dias e espaços sagrados?” “Por que não assumir pessoalmente um sacerdócio cotidiano que me foi dado por Deus, sem a necessidade de pastores, bispos, apóstolos?” “Por que não ser apenas discípulo de Jesus, sem ter de adicionar a minha identidade de fé um nome, uma denominação, um símbolo institucional?” “A igreja é uma fonte viva, capaz de fazer viver minha espiritualidade? Ou ela é o túmulo da minha relação com Deus?” “No fim das contas, a igreja com sua humanidade, seus ranços e suas institucionalizações, não seria um forte fator de arrefecimento do vigor de nossa paixão espiritual por Deus?”
Essas e tantas outras questões inquietantes encontram um forte eco na experiência de escritores contemporâneos que tem expressado o seu descontentamento com a postura da igreja evangélica atual. Não são poucos aqueles que têm revelado sua insatisfação. Philip Yancey em “Alma Sobrevivente”, “Igreja Por Que me Importar?”, Ricardo Agreste em “Igreja: Tô Fora!”, Paulo Romeiro em “Decepcionados com a Graça”, e tantos outros tem revelado o processo de desencantamento eclesiástico que estamos descrevendo.
Yancey considera-se sobrevivente de uma relação com a Igreja que teve o potencial de cegar seu discernimento, enrijecer seus preconceitos e mesmo minar uma autêntica relação com Deus e sua graça. Quem o resgata dessa triste experiência comunitária são, entre outras, algumas pessoas que não necessariamente estavam ligadas à Igreja, ou mesmo ao cristianismo. Elas, porém, se tornaram faróis teológicos e existências com quem, seja através de contato pessoal seja da literatura, ele estabeleceu um vinculo espiritual muito além das pobres fronteiras estabelecidas pelas igrejas por que ele passou.
Tudo isso sói confirma aquilo que já é lugar comum no saber de alguns e algo desconhecido da grande parte dos membros de igrejas que são “massa de manobra”: a instituição igreja não dá conta de preencher plenamente os profundos anseios e as necessidades da alma humana no que diz respeito à espiritualidade!
Um fator social novo dos dias de hoje é a grande quantidade de pessoas que gostam e freqüentam uma igreja, mas não querem se filiar oficialmente, não querem compromissos maiores, não querem ser cobrados, não querem criar vínculos mais sérios, simplesmente não querem iniciar uma relação séria e duradoura com uma igreja local. Não há dúvida que grande parte deste grupo de homens e mulheres possui decepções e traumas em suas experiências eclesiológicas do passado. Sendo assim, preferem “ficar de longe”.
Você pode estar se perguntando se eu não deveria estar fazendo apologia da igreja, afinal, sou pastor. Que igreja eu deveria defender aqui? Uma igreja que cresce em número e continua sendo irrelevante na sociedade? Uma igreja onde seus líderes são presos e se envolvem cada vez mais em escândalos financeiros e sexuais? Uma igreja onde não existe disciplina para os membros que publicamente demonstram que não são convertidos? Uma igreja inchada onde as pessoas não desfrutam de comunhão e não sabem quem é aquele que senta ao se lado? Uma igreja onde as Denominações e Ordens de Pastores não tomam nenhuma providência com os escândalos de seus líderes? Uma igreja que mais adoece do que cura? Uma igreja marcada e sustentada pela politicagem e não por santidade? Uma igreja que não cuida dos seus órfãos, de suas viúvas e necessitados? Uma igreja onde as pessoas desfilam a cada domingo com uma roupa nova enquanto a pobreza e a miséria crescem nas ruas das cidades? Não! Definitivamente não! Jamais defenderei esta igreja!
Certa mulher fazendo um trabalho acadêmico na Universidade de Paris afirmou o seguinte: “Para mim, um cristão é ou um homem que vive em Cristo ou um impostor. Vocês, cristãos, não percebem que é com relação a isto – ao testemunho quase superficial que vocês dão de Deus – que nós os julgamos. Vocês deveriam irradiar Cristo. Sua fé deveria fluir para nós como um rio de vida. Deveriam nos contaminar com seu amor por ele. É assim, então, que Deus, que era impossível, se tornaria possível para o ateu e para aqueles de nós cuja fé oscila. Não podemos evitar o choque, o transtorno e a confusão que sentimos ao ver um cristão que seja, de fato, como Cristo. E não o perdoamos quando ele não o é”.
“É inevitável que venham escândalos”, disse Jesus, “mas ai do homem pelo qual vem o escândalo”. (Mt. 18:7)
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