sábado, 24 de julho de 2010

O Baluarte da Verdade

O apóstolo Paulo disse que a Igreja deveria ser “coluna e baluarte da verdade” (I Tm. 3:15) A história está repleta de relatos de pessoas que preferiram a tortura ou a morte a negarem a verdade. Em gerações anteriores, alguém dar a vida por causa daquilo em que cria era considerado um ato heróico. Isso já não é mais assim.

Inácio e Policarpo, por exemplo, eram guerreiros pela verdade cristã, na antiguidade. Ambos eram amigos pessoais e discípulos do apóstolo João. Viveram e ministraram quando o cristianismo ainda era muito recente. Ambos entregaram, voluntariamente, sua vida, em vez de negar a Cristo e se desviarem da verdade.

Inácio foi interrogado pessoalmente pelo imperador Trajano, o qual exigiu que ele fizesse um sacrifício público aos ídolos, como prova de sua lealdade a Roma. Inácio poderia ter poupado sua própria vida, ao ceder diante daquela pressão. Alguns poderiam tentar justificar esse ato exterior realizado sob pressão, contanto que Inácio não negasse a Cristo em seu coração. Mas para Inácio, a verdade era mais importante do que a própria vida. Ele recusou-se a sacrificar aos ídolos, e Trajano ordenou que ele fosse lançado às feras, no estádio, para a diversão das multidões pagãs.

Policarpo, procurado pelas autoridades, entregou-se de espontânea vontade, sabendo que isso lhe custaria a vida. Levado a um estádio, diante de uma turba sedenta de sangue, Policarpo foi ordenado a amaldiçoar a Cristo. Ele se recusou, e disse as seguintes palavras: “Durante 86 anos eu o tenho servido, Ele nunca me fez nenhuma injustiça. Como, pois, blasfemarei do meu Rei que me salvou?”. Foi imediatamente queimado vivo, ali mesmo.

Em cada geração, no decorrer da história da igreja, mártires incontáveis preferiram morrer a negar a verdade. Será que essas pessoas não passavam de tolos? Será que eles valorizavam demais as suas convicções? Será que sua total confiança naquilo em que criam era realmente zelo mal orientado? Será que eles morreram desnecessariamente?

Infelizmente esta realidade deixou de existir a muito tempo. O que vemos hoje é o oposto do que acontecia com estes homens. O próprio movimento evangélico tem grande culpa na desvalorização da verdade, afinal, muitos pregadores e pastores satisfazem àqueles que sentem coceira nos ouvidos (II Tm. 4:1-4)

Hoje, boa parte da igreja visível, parece imaginar que os cristãos devem estar numa diversão, e não numa guerra. A idéia de lutar em favor da verdade doutrinária é algo bem distante do pensamento da maioria dos freqüentadores de igreja. Os cristãos contemporâneos estão tão obcecados em fazer com que a igreja pareça “legal” aos incrédulos, que não podem se incomodar com assuntos referentes à exatidão doutrinária de outrem.

Dentre todas as pessoas, os cristãos deveriam ser aqueles mais dispostos a viver e morrer pela verdade. Afinal, foi a verdade que os libertou (Jo. 8:32) Se formos chamados a morrer por amor a verdade, precisamos estar dispostos e prontos a de boa vontade, perder a nossa vida. Foi exatamente a respeito disso que Jesus falou ao chamar os seus discípulos a tomar a sua cruz (Mt. 16:24)

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