sábado, 21 de maio de 2011

O DEUS FESTIVO

     O Salmo 127 é uma oração de súplica e nos fala de muitas coisas importantes: de restauração, de sonho, de lágrimas, de trabalho, de esperança, de alegria. Mas, acima de tudo, ele nos fala de um grande Deus que opera grandes coisas em favor dos seus.
     O povo de Israel era um povo muito festivo. Anualmente eles comemoravam pelo menos sete festas: Páscoa, Colheita, Primícias, Lua Nova, Trombetas, Purim e Expiação. Algumas destas festas duravam até oito dias. Festas de casamento duravam, normalmente, 2 semanas. Estas comemorações expressavam um dia ou período de grande alegria religiosa, a exceção era festa da Expiação. Nesses festivais os homens reconheciam a Deus como seu provedor e lembravam-se do livre e ilimitado favor do Senhor para com eles.
     As festividades eram caracterizadas por sacrifícios, orações, comida, presentes, música e grande alegria. Os jejuns estavam proibidos. Eram feitos churrascos de carneiros e bezerros que eram servidos com vinho e regados com danças e músicas. Todas as festas existiam como gratidão pelas abundantes bênçãos de Deus.
     Estas celebrações eram feitas com grande alegria e isto era mandamento de Deus. Alegrar-te-ás perante o Senhor teu Deus, na tua festa, tu e teu filho, e tua filha, e o teu servo, e a tua serva, e o levita, e o estrangeiro, e o órfão e a viúva, que estão no meio de ti. Lembrar-te-ás de que foste servo no Egito. Sete dias celebrarás a festa ao Senhor teu Deus, porque o Senhor teu Deus há de abençoar-te em toda a tua colheita, e em toda obra das tuas mãos, pelo que te alegrarás totalmente. (Deuteronômio 16:14,15)
     Percebam, o sentido religioso não era incompatível com o prazer nas coisas terrenas e temporais. Toda aquela alegria, que se expressava daquela forma, eram recebidas como oferta suave pelo Senhor. É por isso que algumas vezes encontramos Deus desprezando e abominando aquelas festas: “De que me importam os vossos inúmeros sacrifícios, diz o Senhor. Estou farto de sacrifícios de carneiros e da gordura de bezerros cevados; no sangue de carneiros e de bodes não tenho prazer. Basta de me trazer oferendas vãs: elas são para mim abominação”. (Isaías 6)
     O desprezo de Deus aqui em Isaías não era porque as festas em si mesmas fossem de pouca espiritualidade. A repudia do Senhor era porque os israelitas se haviam desviado dos verdadeiros propósitos espirituais. Deus não estava censurando o sistema de festas e sacrifícios que Ele mesmo estabelecera. Ele estava condenando a hipocrisia dos participantes: “As vossas festas, a minha alma as detesta: elas são para mim um fardo; estou cansado de carregá-lo. Não posso suportar iniqüidade associada a solenidade. Lavai-vos, purificai-vos! Tirai da minha vista as vossas más ações! Cessai de praticar o mal, aprendei a fazer o bem! Buscai a justiça (justiça social), denunciai os opressores! Defendei o direito dos pobres e necessitados”.
     Deus não admitia a falsidade dos participantes. As pessoas celebravam o Seu nome, mas não o amavam. Imagine se no seu aniversário você tivesse que comer, cantar e se alegrar com pessoas que não te respeitam e que não se importam com você.
     Tudo isto nos mostra que Deus ama as festividades. Foi Ele quem instituiu as festas para a alegria do Seu povo. Jesus comparou o Reino de Deus a uma festa de casamento com um grande banquete. No único relato que temos da infância de Jesus, Ele tinha ido a uma festa. Jesus participava das festas religiosas, de casamento e dos jantares oferecidos pelos publicanos. Jesus freqüentou tantas festas que chegou a ser chamado de comelão e bebedor de vinho.
     É lamentável como evitamos falar desta característica humana da personalidade de Jesus. É impressionante como a humanidade de Deus nos incomoda. Porque nos incomoda? Porque queremos ser mais espirituais que o próprio Deus. Exorcizamos tudo que é terreno e material para vivermos num mundo apenas espiritual. Isto, quando o próprio Deus, que é espírito, quis se tornar carne, possuir um corpo, ser homem.

OUTRA DO BARÃO

O CAPIM
     No Curso de Medicina, o professor se dirige ao aluno e pergunta:
     - Quantos rins nós temos?
     - Quatro! - Responde o aluno.
     - Quatro? - Replica o professor, arrogante, daqueles que sentem prazer em tripudiar sobre os erros dos alunos.
     - Traga um feixe de capim, pois temos um asno na sala. - ordena o professor a seu auxiliar.
     - E para mim um cafezinho! - Replicou o aluno ao auxiliar do mestre.
O professor ficou irado e expulsou o aluno da sala. O aluno era, entretanto, o humorista Aparício Torelly (1895-1971), mais conhecido como o 'Barão de Itararé'.
     Ao sair da sala, o aluno ainda teve a audácia de corrigir o furioso mestre:
     - O senhor me perguntou quantos rins 'nós temos'. 'Nós' temos quatro: Dois meus e dois seus. 'Nós' é uma expressão usada para o plural. Tenha um bom apetite e delicie-se com o capim.
     A vida exige muito mais compreensão do que conhecimento! Às vezes as pessoas, por terem um pouco a mais de conhecimento ou 'acreditarem' que o tem, se acham no direito de subestimar os outros...
     E haja capim!

OS APUROS DO BARÃO

     Jornalista, poeta satírico, autor de frases que entraram para a história do humor – “O fígado faz muito mal à bebida”, “A forca é o mais desagradável dos instrumentos de corda” e muitas outras – Aparício Torelly, o barão de Itararé (1895-1971), não perdia a fleuma nem nos momentos mais difíceis da vida.
     Em 1934, era um dos redatores do Jornal do Povo, que por sinal só durou dez dias. O jornal publicava, em fascículos, a história do marinheiro João Cândido, líder da Revolta da Chibatada, de 1910 (assunto tabu para a Marinha brasileira). Certo dia, um grupo de homens não identificados – cogitou-se que eram militares – seqüestrou e espancou impiedosamente o humorista.
     O que fez Torelly? Um manifesto indignado condenando a truculência de que foi vítima? Nada disso. Apenas escreveu numa placa os dizeres “Entre sem bater” e afixou-a à porta da redação. Nunca houve, na história da imprensa, um ato de protesto tão elegante e bem-humorado.


terça-feira, 17 de maio de 2011

A Importância do Descanso

“Tem cuidado de ti mesmo”. (I Tm.4:16)

     Precisamos cuidar de nós mesmos porque mudamos com o passar dos anos. O que foi o modo sábio de comer, exercitar-se e descansar na juventude não é mais na velhice. Qualquer um fica emocionalmente fraco quando não dorme direito. O sono adequado não é apenas uma questão de ficar saudável, é uma questão de perseverar como cristão. Charles Spurgeon certa vez disse o seguinte: “É sábio tirar ocasionalmente períodos mais longos de descanso. A longo prazo faremos mais por algumas vezes termos feito menos. Continuar sempre, sem recreação, pode servir para espíritos emancipados deste corpo, mas, enquanto estamos neste tabernáculo, devemos, de vez em quando, bradar alto e servir ao Senhor com inatividade santa e lazer consagrado. Não permita que a consciência melindrosa duvide da legalidade de sair do trabalho cotidiano por um tempo”.
     Sem dúvida que a alegria é um fruto do Espírito (Gl.5:22), no entanto, ela também é fruto de uma boa noite de descanso. Qualquer ser humano fica mais irritado com pouco descanso e mais alegre com um bom descanso. Uma das formas que o Espírito usa para produzir o seu fruto em nossa vida é nos humilhando para crermos que não somos Deus e que Deus pode muito bem governar o mundo sem que precise ficar acordado até mais tarde e acordar cedo demais. Deus uniu o corpo e o espírito de tal forma que o uso descuidado do corpo diminui a nossa visão da Sua glória que produz em nós alegria e esperança.
     Outra de Spurgeon: “A condição do nosso corpo deve ser cuidada. Um pouco mais de bom senso seria de grande benefício para alguns que são ultraespirituais e atribuem o seu humor a alguma causa sobrenatural quando a verdadeira razão está bem mais próxima. Não é fato que a dispepsia (indigestão) algumas vezes é confundida com falta de fé e que a má-digestão é considerada dureza de coração”.
     Diante de tudo isso, não é de surpreender que a nossa alegria em Deus geralmente diminua com descanso insuficiente.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Não o que fizeram minhas mãos pode purificar minha alma culpada.
Não o que minha carne suportou pode curar o meu espírito.
Não o que sinto ou faço pode me dar paz com Deus.
Nem todas as minhas orações, ânsias e lágrimas,
Podem suportar meu terrível fardo.
Tua obra somente, ó Cristo, pode aliviar este peso de pecado.
Apenas o teu sangue, ó Cordeiro de Deus, pode me dar paz interior.
Teu amor por mim, ó Deus, não o meu, ó Senhor, a ti,
Pode livrar-me deste escuro desassossego
E libertar o meu espírito.
(Horatius Bonar)

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O nosso amor por Deus é livre ou forçado?

Existem aqueles que dizem que o amor para ser amor, precisa ser livre e não forçado. É verdade, contudo, existem duas maneiras de forçar. Uma é contra a nossa vontade. A outra é com a mudança da nossa vontade. A primeira resulta em ação coagida, a segunda resulta em ação livre.

É muito provável que aqueles que defendem a “liberdade” para que possam amar a Deus sem nenhuma “coerção”, não conhecem a dureza de seus corações e não levam em consideração o diagnóstico bíblico da condição humana descrito em Rm. 8:7,8: “O pendor da carne... não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Os que estão na carne não podem agradar a Deus”.

Da minha parte, a única esperança que tenho de amar a Deus como deveria é Ele vencer todas as minhas inclinações erradas e ligar meu coração a Ele em amor. Talvez tenha sido por isso que o salmista tenha dito nos salmos 119, 112 e 141: “Inclina o meu coração ó Senhor”.